quarta-feira, outubro 21, 2009

Ecos das Noites de 9 e 10 de Outubro, no São Luiz...

Concerto
Noite entre amigos para celebrar Amália
por JOÃO MOÇO
11 Outubro 2009

"Jardim de Inverno do Teatro São Luiz, em Lisboa, esgotou na primeira noite da homenagem 'Fadistas Cantam Amália'. Joana Amendoeira e João Ferreira Rosa juntaram-se a Celeste Rodrigues.


São poucos os novos fadistas que não demonstrem influências de Amália Rodrigues. A premissa confirmou-se na noite de sexta-feira, ao segundo tema da noite: Joana Amendoeira cantou o célebre Gaivota, o que não significa que se tenha escutado uma mera cópia da diva do fado, porque não foi isso que aconteceu.
Este espectáculo, 'Fadistas Cantam Amália', que se repetiu ontem à noite, surgiu a partir da ideia de Helder Moutinho de recriar os momentos de espontaneidade vividos em casa de Amália. No palco do Jardim de Inverno do São Luiz estava a irmã da fadista, Celeste Rodrigues, ao lado de João Ferreira Rosa, sentados num sofá adornado por um grande xaile preto, enquanto Joana Amendoeira cantava em frente.
Tal como em palco, também entre o público se cruzavam várias gerações para receber este 'Fadistas Cantam Amália', que não se cingiu ao título, como demonstrou João Ferreira Rosa, que começou por interpretar um fado de Alfredo Marceneiro.
O ambiente era familiar, provavelmente como o de muitas noites vividas em casa de Amália. Ferreira Rosa foi dos recebidos com maior entusiasmo. "Cantar cinco fados de seguida já é um cansaço", disse, em jeito de confissão para amigos.
Celeste Rodrigues também apelou a esse lado familiar, no final da primeira parte do espectáculo, quando interpretou Havemos de Ir a Viana, acompanhada pelo embalo das palmas do público. A fadista cantou ainda outros fados da irmã, como Lavava no Rio Lavava, Lágrima e Primavera.
Dois dos guitarristas que acompanharam Amália durante largos anos, José Fontes Rocha e Joel Pina, tocaram temas celebrizados pela diva, juntamente com o guitarrista Pedro Pinhal, e não foi raro ouvir entre o público vozes a cantarolar discretamente os fados interpretados sem voz.
No intervalo, os fãs aproveitavam o momento em que Celeste desceu do palco para tirar fotografias com ela.
Como prometido, na segunda parte imperou a surpresa: fadistas, novos e mais antigos, saíram dos lugares entre o público e foram subindo ao palco, avisando os guitarristas do fado que iam interpretar. Talvez tenham sido assim muitas noites em casa de Amália. Uma homenagem diferente e original. "
in DN ARTES, no dia 11 de Outubro de 2009.

1 comentário:

BB disse...

Olá Joana, vi um bocadinho de ti e na TV e adorei.
Deparar-me com este Blog foi uma surpresa mais do que agradável.