quinta-feira, julho 19, 2007

«À Flor da Pele» no Rascunho e no Portal do Fado





«:: Joana Amendoeira - À Flor da Pele (2006)

Ao quarto trabalho de originais (quinto na lista da sua discografia) Joana Amendoeira reafirma, sem equívocos, que a definição actual de Fado não se demarca, irrefutavelmente, do seu nome. À Flor da Pele, muito mais que uma confirmação, é o corolar de uma carreira brilhante, assente numa progressiva depuração de um estilo muito pessoal e único.


Falar de À Flor da Pele é falar também de poesia, e por isso não deixa de ser evidente o critério manifestado na escolha dos poemas presentes neste trabalho, tanto mais que alguns deles foram 'encomendados' a alguns dos mais prolíferos e criativos autores da nossa praça: José Luís Peixoto, Pedro Assis Coimbra, Rodrigo Serrão ou Helder Moutinho.


A colaboração com Custódio Castelo, figura cada vez mais proeminente na revitalização do novo Fado, responsável pela direcção musical deste disco, augura ventos de mudança e esses ventos que sopram lá fora, facilmente deixam transparecer que o talento de Joana Amendoeira é também ele libertino, desenvolto, não se aprisiona nem se conforma. É assim como um lápis de carvão que de encontro à folha branca, se desfaz em autêntico desvario, revelando traços de uma paixão condescendente.


Joana Amendoeira assume-se como uma referência incontornável do novo Fado, e se verdade é que o Fado se generalizou, com o bom e o mau que isso possa acarretar, não menos verdade é que quando a poeira da mediatização acabar por assentar, restarão aqueles que de forma inteligente prescindiram das estratégias de marketing e das manobras de contágio colectivo. Porque o Fado, mais que uma expressão musical, é uma peculiar manifestação de vida, apenas digna daqueles que o vivem plenamente de alma e coração, daqueles que lhe sentem o ardor da paixão e o carregam incondicionalmente à flor da pele.»


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